Primeiro dia.
Sexta-feira, 26 de agosto de 2016, a Bienal finalmente começa. Depois de meses de ansiedade entre decidir ir à Bienal e a data chegar, finalmente estava vendo meu sonho ser realizado.
Eu só ia expor no stand (Editora Modo) nos dias 27 e 28 (sábado e domingo), mas já comecei a ficar tensa uma semana antes. Cada foto que eu via na sexta, aumentava minha expectativa. Como será que eu iria me sair? Será que teria coragem de mostrar meu livro? Como abordar os leitores?
Milhões de perguntas rondavam minha cabeça, me deixando num estado de nervos tal que eu precisei de um calmante.
Sábado, o grande dia! Eu acordei às 6h da manhã, totalmente pilhada. Não consegui voltar a dormir e tive que apelar para o calmante de novo. Há autores mais antigos que dizem que até hoje sentem esse nervoso; espero que eu supere isso.
Nesse dia, ganhei meu primeiro patrocínio: maquiagem e cabelo por conta de um salão de beleza super badalado. Fiquei um arraso (risos). Escolhi uma roupa toda preta, porque queria representar o luto da minha personagem. Eu não tinha nem fome no sábado, mas engoli um pouco de comida e lá fomos nós (meu marido foi espetacular, meu grande companheiro e assessor).
Enquanto o Waze mostrava que estávamos chegando, meu coração parecia que iria sair pela boca. Eu quase (quase mesmo) pensei em desistir. Mas imagina, depois desse trabalho todo, eu seria deserdada pela família (risos).
Enfim, chegamos. Mala pesada cheia de livro, banner na mão, sacola de mimos, bolsa… Chegamos já exaustos no estande, que estava lindo.
(Queria fazer um adendo: eu achei, pelo menos nos dias em que estava lá, que a Bienal estava mais vazia que os outros anos. Seria a crise pegando? Ou os valores nada atraentes dos livros dos autores renomados? Porque eu não vi vantagem nenhuma em comprar nas grandes editoras. Fui louca na sessão Stephen King e quase enfartei ao ver os preços; eu pagaria mais barato no Kindle).
Continuando… Logo de cara já conheci a mentora Adriana Vargas, e foi a primeira emoção. A minha sorte é que eu, em geral, não sou nada chorona, então consegui passar a Bienal sem derrubar nenhuma lágrima (yes!).
Aos poucos outros autores foram chegando e eu conheci a trupe da Editora Ella. Foi lindo ver meu livro exposto, e tivemos bastante liberdade tanto para colocar preço quanto para expor nas mesas do estande.
Eu estava insegura, não sabia se os leitores iam gostar nem se interessar pelo livro (embora eu já tenha vendido bastante e tenha tido apenas feedbacks positivos, uma resenha, inclusive, me comparando a Josh Malerman, o que me fez ganhar o dia, a semana, a vida, risos). A verdade é que eu não sabia, em um mundo de opções de leitura, como fazer alguém se interessar por mim.
Isso tudo aconteceu antes do horário oficial do lançamento!
Fui observando as outras autoras e, aos poucos, pegando o jeito. Tive muita ajuda da autora Gio, que me deu dicas de como abordar os prováveis leitores. Quando a primeira pessoa chegou perto do meu livro exposto, eu criei coragem e fui até ela. Perguntei se gostava de suspense, ao que ela disse que sim, então contei a história para ela, falando do preço bom e do kit (fofo) que eu fiz para quem comprasse. Para minha surpresa, ela comprou e me pediu autógrafo. Fiquei motivada e feliz.
Ao longo do dia, fui abordando alguns clientes, que se interessaram ou não, alguns compraram, mas meu foco na Bienal era mais me fazer ser vista do que as vendas em si, porque coloquei um preço muito baixo e quase apenas cobri meus gastos, já que uma parte fica na editora.
Eu já estava exultante, conheci alguns autores de outras editoras que eu gostava, tietei, tirei foto! Foi muito legal.
Eu tentei fazer uma transmissão ao vivo no Facebook, mas lá era horrível a internet, ponto bem negativo.
O dia foi passando e eu me sentindo cada vez mais segura. Infelizmente, no entanto, escolhi um horário meio ruim para autografar: quase 19hs. Por incrível que pareça, nesse horário a feira estava quase vazia, mas ainda assim, estava feliz, minha mesa com o livro exposto, o banner, tudo perfeito.
Algumas pessoas compraram nessa hora, uma leitora e um leitor pararam para conversar comigo, e eu me senti muito especial.
Meu marido que me ajudou demais, distribuía marcadores para que as pessoas se aproximassem.
Depois de uma hora, o estande meio vazio, meu horário acabou e desmontamos as coisas. Ainda fiquei um tempo na feira, mas estava realmente às moscas. Fui embora com o pé machucado, o cansaço total, mas o coração alegre.
Segundo dia.
Acordo pilhada novamente, quando achava que estaria mais calma. Fico andando pra cima e pra baixo separando tudo para não esquecer. Domingo era o dia do encontro com blogueiros e eu fiquei muito ansiosa por mostrar a eles meu livro.
Dessa vez a produção ficou por minha conta, então eu fiz o que pude (ainda bem que me maquio bem, risos). Mais uma vez fui toda de preto, era a característica que eu queria.
Esse dia foi melhor. A feira estava mais cheia, eu estava mais calma (depois do nervoso da manhã), e já havia pego a manha de abordar os leitores que entravam no estande. Conheci mais autores e o que me deixou mais feliz: cinco autores que eu AMO (Duda Razzera, Brooke Sullivan, Camila Pellegrini, Rodrigo Moreira e Marcus Vinicius Barcelos) foram lá me prestigiar. Pensem numa pessoa flutuando de felicidade. Mas ainda assim, não chorei! Ninguém quer acabar com a make, né? Risos.
Passei a tarde lá e, nesse dia, muitos amigos e familiares foram me visitar, então vendi muito (só uma amiga levou 8 livros para presentear). O mais legal, no entanto, é vender para os desconhecidos. Isso me enchia de alegria.
Veio gente de longe só pra me ver, então eu estava no meu momento. Finalmente me sentia autora de verdade, com projetos para o futuro e pensando em como melhorar e atingir mais meu público (aliás, a Bienal me deu uma excelente ideia de que tipo de leitor se interessou pelo meu livro).
Quando chegou minha hora de lançamento, estava uma festa ao meu redor, com meus parentes e tudo o mais. Foi sensacional.
Quanto ao encontro de blogueiros, foi um pouco antes do meu lançamento e também foi gratificante. Elas estavam em oito, mas muita gente parou para ver, e primeiro, cada autor apresentou sua obra. Depois fizemos sorteios. Eu dei um livro para sorteio (isso precisa acontecer), e uma outra blogueira (que também é autora e eu conhecia pelo Facebook) acabou gostando tanto que comprou para ela (não foi a ganhadora).
A minha primeira experiência como autora na Bienal foi basicamente um sonho. Agora, quero ir além, quero escrever ainda mais, o que é uma paixão, e me dedicar mais e mais à escrita.
Gasta-se muito para expor, dependendo da editora, os brindes são todos por conta do autor, e não se lucra tanto com venda quando temos que baixar bastante o preço para tornar o livro competitivo, mas a vitrine que é uma exposição como essa compensa qualquer transtorno.
Deixe um comentário